Também chamada de Capelinha da Jaqueira, a capela de Nossa Senhora da Conceição fica situada próximo à Ponte D'Uchôa, no atual Parque da Jaqueira. Ela era a capela do solar de Bento José da Costa. E, como naquele terreno existiam muitas jaqueiras, o local ficou sendo chamado de Sítio das Jaqueiras.
A capelinha, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, remonta ao início do século XVIII, época em que o proprietário daquelas terras era o capitão Henrique Martins. Antes dele, o terreno pertencera ao antigo senhor do engenho da Torre, Antônio Borges Uchôa, o mesmo que construiu uma ponte sobre o rio Capibaribe, a chamada Ponte D'Uchôa, ligando o seu engenho àquelas terras.
Com o passar dos tempos, ficou abandonada em meio a um matagal e
só não foi totalmente destruída, devido à intervenção, em 1944, do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Na ocasião, o templo foi restaurado e construíram, em sua volta, um belo parque: o da Jaqueira.
Sob a gestão do prefeito José do Rego Maciel, o famoso paisagista Roberto Burle-Marx projetou o ajardinamento da localidade. Vale registrar que, mesmo depois de tombada pelo IPHAN, a Capela foi saqueada em 1951 e vários de seus pertences foram roubados: dois armários em jacarandá trabalhado (da sacristia), e algumas portas e janelas.
A Capela da Jaqueira é uma construção barroca. O seu interior é decorado com azulejos raros, do mesmo estilo dos azulejos dos conventos carmelitas e franciscanos. Podem ser apreciados alguns notáveis painéis sacros, de traçados e cores fortes, que o tempo não conseguiu apagar. Os forros da capela-mor (evocando a Anunciação), do coro (focalizando o casal Nossa Senhora e São José) e da nave (a efígie da Padroeira) possuem pinturas significativas do final do século XVIII.
É possível observar, também, dois grandes retratos a óleo, sobre madeira, representando Santo Antônio e São Henrique, bem como São João Batista e São Filipe Nery. O altar do templo é barroco, embora apresente alguns motivos em estilo rococó. Existe um manuscrito na capela-mor, datado de 13 de novembro de 1781, que contém a tradução de um Breve de Indulgência do Papa Pio VI.
Na sacristia encontra-se uma relíquia: um lavatório de pedra, com uma torneira longa, feita em bronze, uma obra do século XVIII. As imagens do templo - aquelas que escaparam ao furto e à depredação - estão guardadas na Igreja de São José do Manguinho.
É importante salientar que as telhas da Capela, suas madeiras, fechaduras, aldrabas, ferrolhos, dobradiças, entre outros objetos que foram confeccionados em ferro e bronze, são originais de sua construção e datados de 1766. E que, até os anos 1960, o parque existente em volta da capela era todo iluminado por lampiões, pendurados em postes ingleses.
Fonte: FUNDAJ (Fundação Joaquim Nabuco).
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