Você já deve ter ouvido de alguém numa visita a qualquer cidade histórica brasileira que os prédios eram construídos com óleo de baleia e por isso duraram tanto tempo de pé e inabaláveis. Quem nunca escutou isso atire a primeira pedra (sem óleo, por favor).
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Quando a gente tem contato com informações básicas de construção, arquitetura e até conversando com o pedreiro que fez um serviço em casa, descobrimos que no cimento deve ser evitado o contato com algumas substâncias como gorduras e óleos, o que pode comprometer a sua qualidade e durabilidade.
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Desde a antiguidade, lá das pirâmides, zigurates e templos, passando por nossos sobrados e mocambos, aprendemos que os principais materiais aglutinadores foram o barro, a argila, o gesso, a cal e o cimento moderno "Portland", criado em 1824, como bem cita o arquiteto Alan Dick Megi.
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Mas então, que babado é esse de óleo de baleia nas paredes do Brasil colonial?
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Bem, primeiro é preciso dizer que nas argamassas coloniais era usada uma cal de ostras como aglutinante, extraída dos arrecifes e praias no Nordeste e dos sambaquis no Sul/Sudeste. Na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, ainda há um antigo forno do período colonial, o Forno da Cal. E o óleo da baleia? Bem, este era muito utilizado como combustível, principalmente na iluminação pública para acender os lampiões.
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No passado brasileiro, muitos comerciantes enriqueceram com a comercialização do produto, de alto custo, fazendo o seu dinheiro com o "óleo da baleia" e por extensão, suas casas, que com todo o seu luxo, diziam ter sido erguidas com o produto, expressão que caiu na boca do povo nos grandes centros urbanos coloniais. "Foi construída com óleo de baleia"
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Há ainda um documento pertencente ao Museu Histórico de Igarassu, citado pelo restaurador Antônio Alves Filho do CECI (Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada), que fala, no século XVIII, em usar o óleo da baleia na reforma da Matriz, aludindo à aplicar parte do imposto recolhido na comercialização do produto para as obras na igreja, contribuindo assim para a crença popular.
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Mas Bráulio, meu avô jura que viu uma casa ser feita usando óleo de baleia. Foi mesmo? Sim, mas não na sustentação e amarração das pedras e tijolos. O óleo chegou a ser usado em algumas e poucas obras como impermeabilizante, ou adesivo, para proteger a parede contra infiltrações e umidade, como atesta o professor e restaurador Jorge Tinoco, que diz ainda que , pelo alto custo do produto na impermeabilização, eram mais usadas outras gorduras, como os sabões.
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Quando a gente tem contato com informações básicas de construção, arquitetura e até conversando com o pedreiro que fez um serviço em casa, descobrimos que no cimento deve ser evitado o contato com algumas substâncias como gorduras e óleos, o que pode comprometer a sua qualidade e durabilidade.
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Desde a antiguidade, lá das pirâmides, zigurates e templos, passando por nossos sobrados e mocambos, aprendemos que os principais materiais aglutinadores foram o barro, a argila, o gesso, a cal e o cimento moderno "Portland", criado em 1824, como bem cita o arquiteto Alan Dick Megi.
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Mas então, que babado é esse de óleo de baleia nas paredes do Brasil colonial?
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Bem, primeiro é preciso dizer que nas argamassas coloniais era usada uma cal de ostras como aglutinante, extraída dos arrecifes e praias no Nordeste e dos sambaquis no Sul/Sudeste. Na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, ainda há um antigo forno do período colonial, o Forno da Cal. E o óleo da baleia? Bem, este era muito utilizado como combustível, principalmente na iluminação pública para acender os lampiões.
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No passado brasileiro, muitos comerciantes enriqueceram com a comercialização do produto, de alto custo, fazendo o seu dinheiro com o "óleo da baleia" e por extensão, suas casas, que com todo o seu luxo, diziam ter sido erguidas com o produto, expressão que caiu na boca do povo nos grandes centros urbanos coloniais. "Foi construída com óleo de baleia"
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Há ainda um documento pertencente ao Museu Histórico de Igarassu, citado pelo restaurador Antônio Alves Filho do CECI (Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada), que fala, no século XVIII, em usar o óleo da baleia na reforma da Matriz, aludindo à aplicar parte do imposto recolhido na comercialização do produto para as obras na igreja, contribuindo assim para a crença popular.
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Mas Bráulio, meu avô jura que viu uma casa ser feita usando óleo de baleia. Foi mesmo? Sim, mas não na sustentação e amarração das pedras e tijolos. O óleo chegou a ser usado em algumas e poucas obras como impermeabilizante, ou adesivo, para proteger a parede contra infiltrações e umidade, como atesta o professor e restaurador Jorge Tinoco, que diz ainda que , pelo alto custo do produto na impermeabilização, eram mais usadas outras gorduras, como os sabões.
Há um documento sobre a construção da primeira ponte e barragem do Varadouro, em Olinda, de 1684, em que é colocada na lista de despesas com material "azeite", que tanto pode ser óleo de baleia ou ainda, que acho mais difícil, azeite de oliva.
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